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Doce contradição...

Deu na net: a novela Rebelde será cancelada por baixa audiência. Até o folhetim da Record, Bicho do Mato, está dando mais audiência! Temos aí uma contradição. Por um lado, o grupinho de 23ª categoria RBD é um sucesso em sua passagem pelo Brasil, lotando estádios e coisa e tal, por outro, os fãs da novelinha não estão dando bola para a trama. Essa notícia muito me agrada, já que não aguentava mais todo esse frisson com uma coisa tão ruim quanto estes Rebeldes, ou qualquer outra coisa da TV que venha do México! Leia a notícia aqui.

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Sem Sorte - Ricardo Gondim

Atenção, senhores passageiros da nave terra, aqui lhes fala o comandante. Estamos nos aproximando perigosamente do abismo e não tenho como reverter nossa queda. Por favor, apertem os cintos e fechem os olhos. Rezem, e seja o que Deus quiser.O mundo ruma para seu aniquilamento. Breve chegará o "doomsday", o juízo final. Já se ouvem o galope dos cavalos apocalípticos, o rufar dos tambores do Armagedon e os ais das mães que amamentam. Os canários silenciaram e os corvos se multiplicaram.
Falta pouco para os prados se converterem em lixões e os mares em esgotos. Leões ficarão sem cordeiros para cumprirem antigas profecias de pastarem juntos; com as cobras extintas, meninos colocarão suas mãos em tocas sem nenhum perigo. Dante se popularizará; Kafka se sentirá vingado. Será fundada a Gotham City da Nova Era.
O que esperar de um mundo onde as guerras são normais e, milhares de anos depois, a paz uma aberração? O que esperar de um mundo onde porcos vivem melhor do que gente?
Não tem jeito. Enquanto houver preguiça intelectual na academia, preconceito racial na avenida e covardia moral nos palácios políticos, nenhum futuro chegará. Enquanto cientistas dependerem dos investimentos das transnacionais viciadas em lucro e militares continuarem encabrestados pela indústria bélica, a sorte do planeta estarácomprometida.
Não tem jeito. Enquanto religiosos permanecerem otimistas, cegos por suas certezas inoperantes, nãohaverá esperança. Enquanto homens e mulheres de boa vontade não sujarem seus pés de lama, arregaçaremas mangas e sairem das zonas de conforto para promoverem a justiça, não haverá futuro.
Não tem jeito. Enquanto não se alastrar a percepção de que imoralidade significa conspirar contra a vida sem se restringir ao moralismo sexual, não há como acreditar em dias melhores.
Não tem jeito. Equanto Mamom continuar idolatrado e a alma de homens e mulheres comercializada naBabilônia, não se pode antecipar a paz.
Pela estultícia de muitos não se falará em fé; pela arrogância de muitos, não restará pedra sobre pedra; pela inclemência de muitos, o amor esfriará.
Quem sabe um chute na boca do estômago possa gerar uma vontade estúpida de reverter o prognóstico ruim? Espero que sim.
Soli Deo Gloria.

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Borat é o cara!

Me deparei com um personagem que é a coisa mais engraçada dos últimos tempos. E essa opinião não é só minha, já que o filme dele é o campeão de bilheteria nas últimas duas semanas nos EUA. Seu nome é Borat. O repórter mais desastradamente genial que já existiu! Vindo diretamente do Cazaquistão, Borat é um jornalista que chega aos "Estados Unidos & América" para aprender mais sobre a cultura americana e levar tudo o que encontrar de bom para sua "gloriosa" nação. Uma verdadeira crítica ao modo de vida americano e muçulmano ao mesmo tempo, Borat é genial! Quem quiser (e entender um pouco de inglês), basta clicar aqui para assistir à entrevista dele no David Letterman: hilário é pouco para definir este momento único da internet! Borat, definitivamente, é o cara!

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Capote

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Em 14 de novembro de 1959, dois homens à procura de dinheiro invadem a casa da família Clutter, no estado do Kansas e matam a todos, em um total de quatro pessoas mortas cruelmente. O fato ganha repercussão nacional, chamando a atenção do escritor de sucesso pelo livro Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's), Truman Capote. Imediatamente, Capote percebe que ali está uma boa história para uma reportagem da revista New Yorker, onde é colaborador. Quando se depara com um desastre muito maior do que apenas mais um assassinato, ele decide que fará desta história seu próximo livro. Junto de sua assistente e confidente Nelle Harper-Lee (que posteriormente escreveria o clássico O Sol é Para Todos), Capote inicia uma jornada de investigações e entrevistas que incluem pessoas da pequena cidade, policiais, amigos das vítimas e até uma amizade improvável com um dos assassinos, Perry Smith. A jornada duraria cinco anos, até a execução dos criminosos.
É este trecho da vida de Truman Capote que é abordado no filme Capote, do diretor estreante Bennet Miller, tendo Phillip Seymour Hoffman no papel principal. Hoffman toma o controle do filme inteiro, ao conseguir reproduzir todos os trejeitos do autor homossexual assumido. Cada vez que ele anda, fala, ri, e mesmo quando encosta as mãos no rosto, pensamos estar vendo o próprio Capote, em sua difícil empreitada para inaugurar o gênero literário "romance de não-ficção", batizado por ele mesmo. O livro em questão seria seu maior clássico, A Sangue Frio (In Cold Blood). Maior e último. Nunca mais ele voltaria a escrever, tamanho foi seu esgotamento físico e mental diante de tão exaustiva tarefa. O filme é imperdível. Em cada fotograma se justifica o Oscar ganho por Phillip Seymour Hoffman este ano. Da mesma maneira, em cada fotograma tem-se a nítida impressão de estar vendo o próximo grande ator de Hollywood.
O verdadeiro Truman Capote

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Oliver Twist

Não foi um fim de semana fácil. Em três dias, todos os filmes que assisti me fizeram chorar, me revoltar, me envolver, e sair abalado. Dentre os filmes enfrentados, estão Irmão Urso, Olga, O Óleo de Lorenzo e este Oliver Twist.
Dirigido por Roman Polanski, diretor oscarizado por O Pianista, esta versão em celulóide da obra clássica de Charles Dickens é um primor visual. Com uma direção de arte excepcional, o espectador parece viajar no tempo e descobrir uma Londres que não tem nada de romântica ou idílica. Suja, fétida e implacável com os fracos, a capital inglesa é mostrada em sua essência, com todos os problemas de uma metrópole do século XIX. É neste lugar que chega Oliver (o estreante Barney Clarke), um órfão sem sobrenome, tentando sobreviver. O menino, de apenas 10 anos, não tem perspectiva nenhuma. Não sabe ler, não possui a malandragem das ruas, portanto pode ser ludibriado por qualquer um. E é justamente o que faz um ladrão trambiqueiro chamado Fagin (Ben Kingsley, irreconhecível), que alicia meninos para roubarem coisas nas ruas e trazê-las para ele. Ao mostrar esta relação dúbia entre Oliver e Fagin, o filme dá a entender que o velho malandro tem seu coração tocado pela ingenuidade e pureza de Oliver, ao mesmo tempo o desprezando e o amando.
O filme é uma sucessão de tipos mau-caráter, dando a impressão que não havia quase ninguém de boa índole naquele tempo! Felizmente, a maldade não era regra, já que Oliver encontra o Sr. Brownlow, um homem bondoso que também é tocado pelo menino. Emocionante, tocante, Oliver Twist me deixou com um sorriso no canto da boca. Espero que deixe você também.

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Dia dos Vivos

Nunca entendi bem o porque de certos feriados (a maioria deles), mas definitivamente o mais estranho deles é 02 de novembro, Dia de Finados. Se a gente pensar do ponto de vista comercial, arrumaram um jeito de lucrar até com os que já partiram dessa (se para melhor ou para pior, depende), basta constatar quantas flores são vendidas nesse dia; pelo ponto de vista emocional, não faz o menor sentido, já que cada pessoa morreu em um dia diferente, daí ser desnecessário criar um único dia para "celebrá-los". Então, alguém pode me dizer por que perdemos tanto tempo com feriados inúteis?
Tenho uma certeza: como somos um país colonizado por portugueses católicos hipócritas, a maioria dos nossos feriados são fruto dessa invasão. E se a gente parar para pensar, são poucos os feriados realmente brasileiros. E se pensarmos um pouquinho mais, feriados não passam de uma desculpa para tirar um dia de folga e fazer inveja àqueles pobres coitados que têm que labutar em pleno descanso geral do resto do país.
De qualquer maneira, vale a pena refletirmos um pouco sobre a razão intrínseca que nos faz querer sempre mais e mais feriados, visto que criamos novos deles a cada ano. O que são os "feriadões" se não criações coletivas anuais? Será que realmente não gostamos de trabalhar? Ou será que compreendemos a necessidade de parar, relaxar, ler um livro, fazer amor, assistir um bom filme, ou simplesmente não fazer nada?
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Feriado após feriado, a vida continua...

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