Centurião

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Épicos não são novidade há uns 80 anos. É por isso que quando ouço falar sobre um novo filme deste gênero, fico muito cético. Depois que Ridley Scott modernizou os filmes épicos com Gladiador, estabeleceu um novo padrão a ser seguido pelos sucessores. Mas tal padrão acabou gerando produtos sem alma, sem originalidade; meras cópias, típicos "mais do mesmo", com algumas honrosas exceções (que geraram novas releituras), como a magnífica trilogia O Senhor dos Anéis.
Centurião não foge à regra. A fotografia usa e abusa das tomadas aéreas seguindo o grupo de guerreiros em topos de montanhas nevadas (alguém aí disse O Senhor dos Anéis?), as cenas de batalha são sangrentas, cheias de membros decepados e muito sangue jorrando (que tal Coração Valente?), e o espectador aguarda ansioso pela grandiosa luta final do herói contra o vilão - no caso de Centurião, a vilã. Todos os ingredientes-clichê do gênero capa e espada (mais lanças, flechas e machados) estão presentes no filme de Neil Marshall (Abismo do Medo).
Entretanto, isso não ofusca o brilho da atuação de Michael Fassbender como o centurião romano Quintus Dias, que vê sua legião ser quase extinta por uma tribo de pictos, onde hoje é a Escócia. Seu general é capturado, e ele reúne alguns poucos sobreviventes para resgatá-lo. Mas isso é apenas uma desculpa para o diretor mostrar cenas de perseguição de tirar o fôlego, intrigas internas e sequências de luta realizadas com muita propriedade. Ainda sobra espaço até para um romance.
Se Centurião não é a cereja do bolo dos filmes épicos, não deixa a desejar, e seria um clássico, tivesse sido produzido antes de Gladiador, O Senhor dos Anéis, Coração Valente...

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