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Novo Blog!

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popcinemais.blogspot.com.br

Depois de 6 anos escrevendo neste blog, resolvi que era hora de mudar de ares, de URL, de blog. Isso para poder organizar melhor as categorias, criar novas, novos estilos de postagens, colunas, seções semanais e muita interatividade.
Sendo assim, deixo orgulhosamente este blog encerrado, para dar início a um novo!

O novo blog, Pop Cine Mais, pode ser acessado aqui:


A você que acessou o Lendo, Vendo, Escrevendo, meu muito obrigado, e lembre-se: ainda não é o ponto final!

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Trailer de 'Ted', filme do criador de 'Uma Família da Pesada'

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Toda criança sempre quis que um ursinho de pelúcia ganhasse vida. Para o personagem de Mark Wahlberg  (Atirador, O Vencedor) isso virou realidade quando ele era criança. O problema é que ele cresceu, e agora o urso (voz de Seth Macfarlane) pode causar problemas para sua vida adulta, atrapalhando seu relacionamento com Mila Kunis (Cisne Negro).
Ted é dirigido por Seth Macfarlane, o criador da animação Uma Família da Pesada, em sua estreia no cinema. Confira o trailer:



O filme estreia em 24 de agosto no Brasil.

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O Abrigo

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Curtis (Michael Shannon) é um pai dedicado à sua filha Hannah (Tova Stewart) e um marido apaixonado por sua esposa Samantha (Jessica Chastain). Hannah é deficiente auditiva e uma cirurgia pode corrigir sua deficiência, o que faz com que o casal se encha de esperança. Mas a vida de Michael começa a mudar quando sonhos apocalípticos passam a assombrá-lo noite após noite, fazendo com que ele decida reformar o antigo abrigo contra furacões que há nos fundos de sua casa. Seu comportamento começa a se tornar cada vez mais estranho, assustando sua esposa e fazendo com que ele passe a duvidar de sua própria sanidade. Em um determinado momento do filme, fica difícil dizer se o abrigo que ele está reformando é contra uma possível catástrofe natural ou contra si mesmo.
O segundo filme de Jeff Nichols, que também é o roteirista, é mais uma reflexão sobre os Estados Unidos pós-ataques de 11 setembro de 2001, e como as pessoas comuns são afetadas, por mais que desejem levar uma vida normal. Mas acima de tudo, O Abrigo (Take Shelter, EUA, 2011) é sobre um homem lutando para não perder a sanidade e manter sua integridade.
As atuações de Michael Shannon (da série Boardwalk Empire) e Jessica Chastain (Histórias Cruzadas e A Árvore da Vida) são intensas, equilibrando com maestria esperança e desespero, frustração e contentamento. Enquanto o elenco mostra-se integrado à trama, o roteiro faz a sua parte, ao sempre fazer com que o espectador se permita por vezes acreditar nos sonhos de Curtis e logo depois duvidar deles. Uma pequena pérola do cinema independente americano.

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Missão: Impossível - Protocolo Fantasma

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A IMF, agência de espionagem do governo americano, está fechada, acusada de articular um ataque ao Kremlin russo. Mas ainda há uma grave ameaça nuclear que pode dar início a um holocausto atômico ainda maior, e cabe a quatro agentes renegados a tarefa de impedir que tal catástrofe aconteça. Liderando esta equipe, está Ethan Hunt, o incansável agente vivido por Tom Cruise. Indo da Rússia a Dubai e terminando na Índia, a equipe remanescente da IMF terá pouco tempo para acabar com os planos de um terrorista idealista e frio.
A trama de Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol, EUA, 2011), quarta parte da bilionária franquia de espionagem, parece simples, e de fato é. Mas ainda assim Protocolo Fantasma é o melhor de todos os filmes da série, superando até mesmo M:I 3, injustamente fracassado nas bilheterias americanas. Trata-se, na verdade, de uma continuidade do excelente trabalho iniciado com o filme anterior, dirigido por J. J. Abrams. O cineasta e criador da cultuada série Lost desta vez assumiu a produção e deixou o leme do barco nas mãos de Brad Bird (dos geniais Os Incríveis, Ratatouille, O Gigante de Ferro), estreando em filmes live-action e mostrando ser realmente um cineasta de grande habilidade na condução de uma boa história. E este Missão: Impossível é exatamente isso: uma boa história, com elenco afiado e cenas extraordinariamente bem executadas.
E é quando Ethan Hunt e sua equipe entram em ação que o filme cresce aos olhos do espectador. Nesse caso, é praticamente impossível (sem trocadilhos com o título) que o filme não cresça. A ação é uma constante, mas não uma ação mal coordenada e ininteligível. São cenas tensas que prendem de verdade o fôlego do público. A tão falada cena no alto do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, é realmente o que se esperava em termos de espetáculo. É vertiginoso ver Cruise escalando as paredes de vidro do prédio com apenas uma espécie de luva magnética, podendo cair a qualquer momento. Mas além desta cena, há ainda muito o que destacar, especialmente o clímax, a luta entre Ethan e o terrorista vivido por Michael Nyqvist (da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres), em um prédio-estacionamento de alta tecnologia.
Apesar de ser o astro absoluto em cena, Tom Cruise não poderia estar melhor assessorado. Isso porque o elenco de apoio é muito bom. Simon Pegg (Todo Mundo Quase Morto e Paul) reprisa seu papel do filme anterior e ganha ainda mais destaque; Paula Patton é uma agente com sede de vingança; Jeremy Renner, como um misterioso analista com muita habilidade na luta, mostra que pode ser um substituto à altura de Matt Damon na série Bourne; e ainda há espaço para uma pequena participação de Josh Holloway (o Sawyer de Lost). Mesmo com todos os pontos positivos, o filme poderia ter um vilão mais interessante, capaz de rivalizar em carisma com Ethan Hunt; o antagonista vivido por Michael Nyqvist não tem a menor empatia, e há momentos que parece totalmente irrelevante para o andamento da trama.
Ressalvas à parte, Missão: Impossível - Protocolo Fantasma é um programão, um verdadeiro espetáculo com o melhor que Hollywood tem a oferecer. Afinal de contas, apesar dos filmes de arte e dramas sensíveis ou chocantes, cinema ainda é a maior diversão.

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A Perseguição - Liam Neeson! Lobos! Neve!

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Uma equipe de extração de petróleo está deixando o Alasca antes que uma enorme tempestade assole o lugar. Embarcando no avião, está o segurança do local, um homem com alguma dor muito grande no coração. Tão grande, que fez com que ele desejasse tirar a própria vida. Este homem é Ottway, o resoluto personagem de Liam Neeson, o astro que está se especializando em tipos durões, porém nobres, que fazem o que é preciso para continuar vivos.
O avião sofre um acidente, Ottway e mais alguns homens sobrevivem à queda, mas eles se encontram isolados em meio às montanhas do Alasca, enfrentando uma tempestade que torna praticamente impossível a esperança  de algum resgate, e para piorar muito mais a situação, são atacados por uma matilha de lobos que os vê como uma ameaça à soberania de seu território. Para sobreviver, os homens sabem que precisarão correr, lutar, combater o pior dos adversários: as cruéis forças da natureza.
A reunião de Liam Neeson e o diretor Joe Carnahan, que juntos fizeram Esquadrão Classe A, é um desses filmes que dificilmente saem da memória de quem o assiste. Toda a ambientação contribui para fazer com que o filme seja ainda mais assustador. Ajuda muito o fato de Carnahan ser um diretor cujas concessões ao cinemão comercial são muito mais visuais do que narrativas. As histórias que o cineasta conta são carregadas de uma tensão palpável; quase é possível sentir a respiração dos personagens, ouvir seus batimentos cardíacos, e o que é pior: sofrer a cada novo ataque dos lobos. Aliás, um show à parte, a perfeita execução dos efeitos animatrônicos misturados com CGI dos lobos; estão realmente assustadores. Há tempos não se via animais atacando no cinema com tamanho realismo e crueldade - só consigo me lembrar dos leões de A Sombra e a Escuridão, com Val Kilmer e Michael Douglas.
Apesar do realismo dos lobos, são os personagens que dão o principal espetáculo - triste, mas ainda um espetáculo. À medida que conhecemos, sem muitos detalhes, suas histórias, mais nos envolvemos e lamentamos as perdas que acontecem. E não são poucas.
A Perseguição (The Grey, EUA, 2012), é mais uma prova que boas histórias podem e devem andar de mãos dadas com efeitos espetaculares e atores competentes. E nesta extensão da antiga história homem vs. natureza,   o maior vencedor é sem dúvida o público.

Em tempo: A Perseguição estreia no Brasil em 20 de abril.

Veja o trailer legendado:

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Compramos um Zoológico

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Inspirado na história do zoológico Dartmoor, um dos parques mais premiados do mundo, Compramos um Zoológico (We Bought a Zoo, EUA, 2011) é um desses filmes feitos para o público sair da sessão com um sorriso enorme, feliz por ter pago o valor do ingresso. Mas se engana quem pensa que a frase anterior é uma crítica a esse tipo de filme, quase um gênero do cinema, inaugurado na década de 30, quando Frank Capra criava clássicos como A Felicidade Não se Compra e Aconteceu Naquela Noite. Trata-se de uma constatação, a de que no final das contas, Cameron Crowe é um diretor especializado em feel-good movies. Foi assim com Jerry Maguire e Elizabethtown, e quase assim com Quase Famosos.
Verdade seja dita, se caísse nas mãos de um diretor menos talentoso, Compramos um Zoológico teria se transformado em uma comédia tola estrelada provavelmente por Eddie Murphy ou Adam Sandler, com um final que forçaria todo mundo a chorar, tamanha a pieguice - basta lembrar de A Creche do Papai e Click. Nas mãos de Crowe, porém, o filme deixa de lado a apelação chorosa e abraça o drama alegre de um pai e dois filhos; o pai, Benjamin Mee (Matt Damon), está lidando com a perda da esposa e mãe de seus filhos, acontecida há apenas seis meses, quando resolve largar seu emprego de jornalista especializado em artigos aventurescos em busca de um novo começo. Esse novo começo não poderia ser mais estranho: ele resolve comprar um zoológico, desativado há dois anos e mantido a duras penas pelo governo.
À medida em que tenta colocar o zoológico em ordem para a reinauguração no verão, Mee se depara com o maior desafio: o de criar seus dois filhos sozinho; ele precisa aprender a lidar com o distanciamento do filho e a necessidade de fazer feliz sua filha. Aliás, é importante que se destaque as atuações de Colin Ford e Maggie Elizabeth Jones como as crianças Mee. O primeiro mostrando toda a fragilidade e dificuldade contidas durante o crescimento e a segunda, uma doçura que vale o filme inteiro.
Há ainda o potencial envolvimento de Benjamin com Kelly Foster (Scarlett Johansson), a zeladora do zoológico, que poderia ser explorado pelo roteiro a ponto de o filme se tornar um drama romântico meloso, mas que na dose certa, tornou-se apenas um elemento da trama, que não chega a ofuscar o drama familiar que é o filme, de fato. É claro que fica um pouco difícil acreditar que Scarlett Johansson, musa de Woody Allen, a Viúva Negra em pessoa, seja uma mera zeladora de um zoológico falido; mas o talento da bela atriz até permite que o público acredite nisso.
Com uma trilha sonora interessante composta inteiramente pelo guitarrista e cantor islandês Jónsi, Compramos um Zoológico certamente não irá mudar a vida de ninguém. Mas ser completamente ignorado nas bilheterias não é o destino que podia ter tido o filme; a história é interessante, as atuações são corretas e os outros elementos (fotografia, trilha sonora, direção de arte) estão em seus devidos lugares. Um filme a ser descoberto.

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Novo trailer HD de Prometheus, de Ridley Scott

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Depois de ver o 2º trailer de Prometheus, o pensamento é somente um: "Eu tenho que ver isso no cinema!" É sério. A nova prévia do retorno de Ridley Scott ao universo de terror e ficção científica de Alien - O Oitavo Passageiro tem um maior detalhamento da trama e novas cenas simplesmente impressionantes! No elenco, Idris Elba (Luther), Charlize Theron (Terra Fria), Noomi Rapace (Os Homens que Não Amavam as Mulheres - a versão sueca) e Michael Fassbender (X-Men: Primeira Classe). Falar o que mais? Assista e comece também a contar os dias para a estreia!



Prometheus estreia nos EUA em 8 de junho.

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Trailer de "On the Road" (Pé na Estrada) no ar!

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Com lançamento previsto para 8 de junho no Brasil, finalmente caiu na rede o 1º trailer de Pé na Estrada, adaptação do clássico romance beatnik de Jack Kerouak, dirigido pelo brasileiro Walter Salles.

Pelas primeiras imagens, este pode ser o filme que colocará o nome do diretor finalmente na lista dos cineastas mais requisitados em Hollywood. Pé na Estrada tem Garrett Hedlund (Tron - O Legado), Sam Riley, Kristen Stewart (A Saga Crepúsculo), Kirsten Dunst (Melancolia), Terrence Howard (Homem de Ferro), Viggo Mortensen (O Senhor dos Anéis) e Alice Braga (Eu Sou A Lenda).

Confira:

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De Repente, No Último Verão (da série 1001 Filmes)

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Adaptação da peça de Tennessee Williams é thriller psicológico hipnotizante

Imagine reunir em um só filme Katharine Hepburn, Elizabeth Taylor e Montgomery Clift, atuando em um filme roteirizado por Tennessee Williams (com Gore Vidal), adaptando sua peça homônima. Assim é De Repente, No Último Verão (Suddenly, Last Summer, EUA 1959), que além de tudo é dirigido pelo grande Joseph L. Mankiewicz - diretor de A Malvada e Júlio César, entre outros clássicos. Poucos filmes podem se orgulhar de ter um time tão talentoso, mítico até. Entretanto mesmo filmes com elencos tão estelares podem falhar em entregar um produto final de tanta qualidade, o que não acontece aqui.

Montgomery Clift é o Dr. Cukrowicz, um neurocirurgião em busca de melhores condições financeiras para prosseguir suas pesquisas sobre lobotomia e tratamentos para doentes mentais. Ele recebe o convite de Violet Venable (Katharine Hepburn), uma milionária excêntrica disposta a doar 1 milhão de dólares para o hospital, mas com uma condição subentendida: o médico precisa operar sua sobrinha, Catherine (Elizabeth Taylor), que supostamente tem uma condição mental irreversível, na qual entrou um ano atrás, no último verão, quando viajava com o filho de Violet, o poeta Sebastian. O que teria causado a loucura de Catherine foi o fato de ter testemunhado a misteriosa morte de Sebastian, vítima de um ataque cardíaco. Os fatos por trás da morte do primo encontram-se obscurecidos na mente de Catherine, e o Dr. Cukrowicz se vê intrigado com a situação da paciente, uma jovem linda e atraente que parece saber mais do que lhe foi revelado.

Clift e Taylor: mistério hipnotizante
Todo o filme é um vibrante embate psicológico, um quebra-cabeça mental, no qual cada peça é parte de uma figura maior, uma verdade que se mostra aterrorizante ao final. E é aí que está a força do filme: cada diálogo parece ter sido lapidado com a destreza que apenas um mestre possui, o que nunca permite que o público seja tomado pelo tédio. O mistério é fascinante demais para que se caia no sono, e Tennesse Williams o torna ainda mais perturbador, com sua mistura de homossexualismo velado, incesto e canibalismo - você leu bem, canibalismo! Taylor, Clift e Hepburn mostram-se como sempre foram: atores com um domínio gigantesco do seu ofício, tamanho o talento que possuem e demonstram em cada fotograma. Não apenas com palavras - que muitas vezes são desnecessárias. O olhar entre o médico e sua paciente segundos antes da revelação final é algo raras vezes visto no cinema em todos os tempos. É de se admirar que Elizabeth Taylor não tenha sido premiada com o Oscar em 1960, embora tenha sido indicada (juntamente com Katharine Hepburn); sua atuação transcende quaisquer descrições. A diva do cinema sabia como ninguém utilizar sua beleza aristocrática deslumbrante para manter o espectador como refém. O diretor Mankiewicz sabia bem disso, pois a câmera não desgruda de Taylor. Os closes nos olhos da atriz mostram todo o desespero de Catherine, ao mesmo tempo em que fazem com que o público torça por ela vigorosamente. E olha que o filme é em preto e branco.

Por essas razões, De Repente No Último Verão é filme para ser visto e revisto, exibido em cursos para atores e diretores, degustado e desfrutado, analisado e destrinchado. Afinal de contas, trata-se de cinema de verdade.

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Trailers de 'Homens de Preto 3' no ar!

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Depois do 1º trailer, Homens de Preto 3 tem seu novo trailer revelado, trazendo mais detalhes para a compreensão da trama. Na história, J (Will Smith) precisa voltar no tempo para restabelecer a linha temporal na qual K (Tommy Lee Jones) não foi morto nos anos 1960. O elenco conta com Josh Brolin como um K mais novo e ainda tem Emma Thompson (Nanny McPhee - A Babá Encantada), Alice Eve (Garoto Nota 10) e Michael Stuhlbarg (Um Homem Sério).

O filme estreia em 25 de maio.

Confira o 1º trailer, legendado:



E o 2º trailer, ainda sem legendas:

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Game of Thrones | Segunda temporada ganha novo trailer

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Ao som de "Seven Devils", de Florence and The Machine, a HBO lançou o novo trailer de Game of Thrones - 2ª temporada, que estreia em 1º de abril nos EUA e simultaneamente no Brasil! Roam as unhas, porque falta muito pouco! Confira o vídeo abaixo:

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Os Muppets

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Volta às telas dos bonecos mais famosos da cultura pop é muito legal

Pode parecer preguiça de procurar adjetivos que classifiquem Os Muppets, mas não é. A verdade é que o retorno ao cinema dos bonecos criados pelo genial Jim Henson é, afinal de contas, muito legal mesmo!  E tal qualidade já podia ser vista durante a campanha de divulgação do filme que a Disney promoveu, com trailers parodiando filmes conhecidos e de apelo atual, como Os Homens Que Não Amavam as Mulheres e Crepúsculo. A marca do humor nonsense da trupe de fantoches estava intocada nos cartazes e nos vídeos teaser. A preocupação era se esta marca permaneceria viva quando o filme estreasse, e os primeiros minutos de filme mostraram que lá estava a comédia divertida e meio anárquica que Jim Henson estabeleceu como principal característica dos personagens.

Os Muppets começa com a apresentação de um novo personagem, Walter, um muppet criado como um humano, que tem uma grande amizade com o irmão Gary (Jason Segel, de Ressaca de Amor e How I Met Your Mother). Os dois cresceram assistindo velhas fitas com os Muppets em seu auge da fama, quando tinham um programa de grande audiência na TV e o sonho de Walter é visitar os estúdios onde a trupe fazia suas filmagens. Walter aproveita então uma viagem que Gary faz com Mary, sua noiva (Amy Adams, de Encantada e O Vencedor), a Los Angeles para realizar o antigo sonho. Mas logo ele descobre que o grupo já não existe mais. O teatro do grupo em breve irá para um magnata do petróleo (Chris Cooper), que descobriu um manancial do óleo no subsolo do lugar. Cada membro da turma vive sozinho, a maioria deles sem desfrutar do sucesso que um dia tiveram. Kermit (conhecido no Brasil como Caco) mora sozinho em sua mansão; Fonzie canta em um cassino mulambento em uma cidade pequena; Animal faz tratamento de controle de raiva em uma clínica, tendo como padrinho Jack Black (sim, o ator); Miss Piggy é editora de "números maiores" na Vogue francesa.

Resumidamente, o grupo todo é reunido com a ajuda de Walter, Gary e Mary, e prepara um novo show para arrecadar fundos e recuperar a posse de seu antigo teatro. O local será demolido caso o grupo não arrecade 10 milhões de dólares.

É claro que a trama não traz novidades narrativas nem arroubos criativos no roteiro. Não é isso o que o público espera dos Muppets. Mas o modo como a história é contada é simplesmente genial. O diretor James Bobin (da série da HBO Flight of the Conchords) deixa bem claro sua veia nerd e faz de cada fotograma uma piada pop sem esquecer do público-alvo principal do filme: as crianças. Elas vão se divertir à beça com as canções (muito bem escritas e executadas), as piadinhas, as gags e todo o humor físico; já os adultos não deixarão de ser agraciados. A tonelada de aparições de celebridades da TV e do cinema é algo pouco visto em qualquer outro filme. Aparece brevemente gente como Dave Grohl (vocalista dos Foo Fighters), Selena Gomez, Zach Galifianakis (de Força G), Ken Jeong (o professor Chang de Community), Jim Parsons (o Sheldon de The Big Bang Theory) - no número musical ganhador do Oscar de Melhor Canção Original, Emily Blunt (parodiando seu papel em O Diabo Veste Prada), Whoopi Goldberg (Mudança de Hábito), John Krasinski (da série The Office)... Ufa! Isso só para ficar nos mais famosos!

São muitos os motivos que fazem com Os Muppets seja tão divertido e agradável, um verdadeiro programa para toda a família. Mas talvez a principal razão seja o simples fato de que, depois de tanto tempo longe das telas, os maiores astros de Hollywood estão de volta. Bem-vindos, Muppets, e obrigado por deixarem um sorriso tão grande em meu rosto!

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Novo trailer legendado de 'Os Vingadores'

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Está no ar o segundo trailer de 'Os Vingadores', um dos filmes mais aguardados em 2012. A nova prévia se concentra mais na ação e nos personagens, ampliando o número de dicas sobre a trama, que certamente trará Loki como grande vilão da história, e o Hulk como um dos heróis - antes pensava-se que o monstro verde seria combatido pelo supergrupo. Muitas cenas de arrepiar, como o Hulk salvando o Homem de Ferro, e a sensacional cena do final do trailer. Só vendo para acreditar. Confira:


E aí, roendo as unhas? Falta pouco, Os Vingadores, dirigido por Joss Whedon, estreia em 27 de abril.


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A Invenção de Hugo Cabret

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Homenagem de Scorsese aos primórdios do cinema indicada a 11 Oscar é linda

É muito difícil errar com um filme tendo Paris como cenário. Mais difícil ainda é imaginar que Martin Scorsese, cineasta mítico que marcou seu nome em filmes clássicos memoráveis, erraria tendo a Cidade-Luz como pano de fundo para seu primeiro filme a utilizar a tecnologia da filmagem em 3D. E Scorsese não errou. E foi além, criando um filme esplêndido, onde cada fotograma é luminoso, belo, festivo aos olhos.
O diretor de Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e tantos outros filmes brilhantes conta aqui uma história que homenageia o princípio do cinema. Asa Butterfield (de O Menino do Pijama Listrado) é Hugo Cabret, um órfão que mora na estação central de Paris, vive oculto por trás dos grandes relógios que se espalham por todo o lugar. Ele é quem cuida das engrenagens dos relógios, mantendo-os em funcionamento, ofício que aprendeu com seu tio Claude (Ray Winstone). Foi seu tio quem o criou depois da morte de seu pai (Jude Law em uma breve participação), mas logo o deixou por conta própria. Hugo se mantém com pequenos furtos, somente para sobreviver, pegando comida aqui e ali; ele também vive pegando peças para consertar uma máquina deixada por seu pai - um autômato, uma espécie de robô movido a corda, que ele acredita conter uma mensagem. Ele conhece Isabelle (Chloe Grace Moretz, de Kick-Ass), a afilhada do dono de uma oficina de brinquedos, com quem desvendará finalmente o segredo do autômato.
Mas esta é apenas parte de uma trama que levará Hugo (e nós, o público) a conhecer um personagem histórico, peça fundamental para a arte cinematográfica: trata-se de Georges Meliés (Ben Kingsley), considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos, criador da obra-prima Viagem à Lua, em 1902. Ao fazer de seu filme um tributo aos primórdios do cinema, Scorsese presta uma inestimável contribuição à manutenção da memória da sétima arte, fazendo com que novas gerações conheçam e se interessem pela obra de Meliés, o cineasta chamado por Chaplin de "o alquimista da luz". Além disso, A Invenção de Hugo Cabret  anda lado a lado com a história verdadeira de Meliés, o que faz do filme uma obra ainda mais relevante e fascinante.
Todo o filme parece um cenário de um sonho, com uma Paris radiante. A direção de arte é de uma  perfeição de tirar o fôlego, tamanho o cuidado com cada detalhe. A abertura do filme, que dura 12 minutos, captura a atenção de uma forma que somente um dos maiores cineastas de todos os tempos poderia fazer. Quando o nome do filme surge na tela, não há uma pessoa que não esteja hipnotizado pelo filme. Exatamente como fazia Meliés com seus filmes de sonho, suas sereias, piratas, cavaleiros, guerreiros, cosmonautas e extraterrestres, o filme de Scorsese permite que a plateia mergulhe no mundo e na vida de Hugo Cabret e não se canse até os créditos subirem ao final. Pode haver homenagem mais intensa do que essa?

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Ícones da cultura pop sofrem com a crise mundial

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O artista francês Benjamin Béchet publicou em seu site fotos com personagens da cultura pop mundial sofrendo com a crise financeira, mostrando que a vida não está fácil para ninguém.

As imagens mostram o ursinho Pooh trabalhando como pedreiro, Batman como frentista e o Homem-Aranha como limpador de vidros. O trabalho foi chamado de "Je suis Winnie l'Ourson" (Eu sou o Ursinho Pooh).

Confira abaixo:

Ursinho Pooh pedreiro

Minnie virou empregada doméstica

Mickey sem-teto

Pato Donald vendedor de flores

Pateta camelô

Hello Kitty doméstica

Batman frentista

Homem-Aranha limpador de vidros

Para conferir a galeria no site do artista, clique AQUI.

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Segundo trailer dublado de "Valente", novo filme da Pixar

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Um daqueles estúdios que dificilmente erra (seu único erro foi Carros 2), a Pixar vai lançar este ano Valente, que conta a história de Merida, uma princesa que sonha entrar para a história como uma arqueira de sucesso, ao contrário da opinião de sua mãe. Mas ela comete um erro que ameaça o reino e a vida de sua família, e precisará enfrentar as forças da natureza, a magia e uma terrível maldição para corrigir seu erro.
O segundo trailer é na verdade uma cena do filme, no qual Merida mostra toda a sua habilidade com o arco - e aproveita para exibir seus belos cabelos ruivos.
Confira e fique louco pela estreia (como eu), que acontece em 22 de junho de 2012.


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No Limite da Mentira

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As feridas abertas do Israel pós-Segunda Guerra já foram tema de bons filmes, como Munique, de Steven Spielberg, e Exodus, estrelado por Paul Newman em 1960. Em No Limite da Mentira (The Debt, EUA, 2010), o diretor John Madden (Shakespeare Apaixonado) mais uma vez toca na ferida israelense causada pelo regime nazista: o filme fala da caçada a um criminoso nazista, conhecido como o cirurgião de Birkenau. Para caçá-lo e levá-lo à justiça, três jovens agentes do Mossad - o serviço secreto israelense - são enviados a Berlim Oriental na década de 1960. Suas ações naquela época se tornarão uma cicatriz que os acompanhará por toda a vida.
No papel dos agentes ainda jovens, o elenco traz bons atores: Marton Csokas (que atuou em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), Sam Worthington (Avatar) e a estrela em ascensão Jessica Chastain (Histórias Cruzadas e A Árvore da Vida). Os três vivem um tenso triângulo amoroso, que pode comprometer toda a missão e estabelecer mágoas jamais superadas.
O filme tem ainda um segundo núcleo temporal, que mostra os agentes em 1997, lidando com as consequências de sua escolha quando jovens. Helen Mirren (A Rainha), Tom Wilkinson (Entre Quatro Paredes) como o Marton Csokas maduro e Ciarán Hinds (O Espião que Sabia Demais) no papel de Sam Worthington mais velho. O elenco é um dos pontos fortes do filme; todos os atores entregam desempenhos marcantes, com destaque para Jessica Chastain. A atriz demonstra uma desenvoltura impressionante, no papel de uma agente em sua primeira missão de campo, entregue à sua tarefa de levar um criminoso de guerra que claramente a apavora.
No Limite da Mentira traz ainda uma discussão sobre até que ponto verdades guardadas a sete chaves por anos devem ser trazidas à tona, e quais consequências tal atitude pode trazer. Um filme que merece ser descoberto.

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O Espião que Sabia Demais

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A presença da palavra "espião" no título do filme de Tomas Alfredson pode fazer algum espectador desavisado imaginar que O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, Inglaterra/EUA, 2011) é mais um exemplar cheio dos clichês consagrados dos filmes de espionagem: espiões bonitões, verdadeiros "pegadores", sequências de ação de tirar o fôlego e uma porção de bugigangas para que eles cumpram suas missões. Mas é bom avisar que nenhum desses elementos está presente aqui. 
Baseado no romance homônimo de John Le Carré (autor também do livro que deu origem a O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles), O Espião que Sabia Demais é a completa antítese do que os filmes de James Bond e Jason Bourne representam: George Smiley, o espião protagonista representado magistralmente por Gary Oldman, é franzino, de meia-idade, traído pela esposa e sem nenhuma vocação para herói de ação. Smiley é um ex-agente do serviço de inteligência britânico, recém-aposentado, que é recrutado por um alto funcionário do governo para descobrir a identidade de um suposto agente duplo atuando dentro da cúpula do serviço de inteligência, chamada de Circo. Smiley se junta a outros dois agentes e inicia sua investigação. E é isso, dizer mais somente arruinaria a oportunidade de juntas as peças do quebra-cabeça. E as peças são muitas; tantas, que é negado ao espectador o conforto de piscar os olhos durante a sessão, pois se o fizer perderá detalhes da trama que não podem deixar de ser percebidos. É nessa complexidade que reside o fascínio que o filme exerceu sobre a crítica em todo o mundo.
O diretor Tomas Alfredson - que fez sucesso com o magnífico Deixa Ela Entrar - não se preocupa muito em situar o espectador; a trama vai e vem no tempo sem avisar. É preciso estar atento. Assim, vamos descobrindo alguns detalhes que explicam a cena que abre o filme e ampliam a importância de personagens aparentemente inúteis para a história. Nada disso seria possível se Alfredson não contasse com um elenco que poucos diretores têm à disposição: John Hurt (Hellboy), Mark Strong (Kick-Ass, O Guarda), Toby Jones (Capitão América), Colin Firth (vencedor do Oscar por O Discurso do Rei), Benedict Cumberbatch (a série da BBC Sherlock, Cavalo de Guerra), Ciarán Hinds (o César da série da HBO Roma) e Tom Hardy (o Bane do vindouro Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Todo o elenco mostra-se disposto a fazer do filme uma peça única, um feito cinematográfico. E de fato consegue. O Espião que Sabia Demais é um dos melhores filmes de 2011.

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Guia para o Oscar 2012 - Parte 2

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Nesta segunda parte do nosso Guia, falaremos das categorias Ator e Atriz Coadjuvante, Roteiro Original e Adaptado e Animação.

Melhor Ator Coadjuvante
Kenneth Branagh por Sete Dias com Marilyn
Jonah Hill por O Homem que Mudou o Jogo
Nick Nolte por Guerreiro
Christopher Plummer por Toda Forma de Amor
Max von Sydow por Tão Forte e Tão Perto

Christopher Plummer, o favorito da noite
Normalmente esta é a primeira categoria a ser premiada na festa. Isso significa que quem assiste à premiação na Globo irá perder a entrega desta estatueta, pois o canal prioriza um certo reality show em detrimento do Oscar. Observações televisivas à parte, a categoria traz este ano uma tendência: atores veteranos em personagens secundários que roubaram a cena em seus respectivos filmes, exceção feita a Jonah Hill, que apesar de não ser veterano, atua como tal em O Homem que Mudou o Jogo, como o assistente do técnico vivido por Brad Pitt (também indicado).
Palpite: se a tendência das premiações se confirmar, Christopher Plummer levará a estatueta para casa. Seu Hal Fields de Toda Forma de Amor, reúne as características de um personagem muito rico e difícil: ele é um senhor de idade que revela ao seu filho (Ewan McGregor) que tem um câncer terminal e, como se não bastasse, é gay. Correndo por fora, Jonah Hill pode estragar a festa do ator veterano.
Se este fosse um mundo justo a atuação de Nick Nolte em Guerreiro não passaria despercebida.

Melhor Atriz Coadjuvante
Berénice Bejo por O Artista
Jessica Chastain por Histórias Cruzadas
Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento
Janet McTeer por Albert Nobbs
Octavia Spencer por Histórias Cruzadas

Octavia Spencer, em 'Histórias Cruzadas'
Com um elenco majoritariamente feminino de personagens marcantes, não é de se estranhar que Histórias Cruzadas emplaque duas indicações nesta categoria. Mas não há como não notar a inusitada indicação de Melissa McCarthy (a Molly da série Mike & Molly), por simplesmente roubar a cena na comédia Missão Madrinha de Casamento. Sua personagem é o centro cômico do filme, e a indicação é muito merecida. Já Berénice Bejo pode se dar por satisfeita pela indicação, pois esta é uma categoria na qual O Artista não será premiado. É aí que entra o meu palpite.
Palpite: é impossível não voltar todas as apostas para a atuação fenomenal de Octavia Spencer. Sua Minny Jackson traz uma doçura misturada a uma revolta que faz dela uma das personagens mais interessantes de Histórias Cruzadas. Sem falar que a atriz já levou o Globo de Ouro, o SAG, o BAFTA. É bom Octavia já ir preparando o discurso de aceitação.
Se este fosse um mundo justo Carey Mulligan estaria na lista. Sua atuação em Drive é contida, porém intensa. Ela TINHA que receber uma indicação.

Melhor Roteiro Adaptado
A Invenção de Hugo Cabret
Tudo Pelo Poder
O Homem que Mudou o Jogo

'O Espião que Sabia Demais'
Para concorrer nesta categoria, é preciso que o roteiro tenha sido baseado em alguma fonte previamente existente, como um romance, história em quadrinhos ou peça teatral, ou ainda livro de não-ficção. A lista deste ano é justa, e abrange filmes importantes e relevantes produzidos em 2011. Vale notar a presença de O Espião que Sabia Demais na lista, talvez para compensar sua ausência entre os indicados a Melhor Filme. Inexplicavelmente, Histórias Cruzadas ficou de fora, mesmo sendo um dos roteiros mais elogiados do ano.
Palpite: minha torcida é pela vitória de Os Descendentes.O roteiro de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash é delicado sem ser piegas ou apelar para clichês.
Se este fosse um mundo justo a vitória só poderia ir mesmo para Os Descendentes. Mas se O Espião que Sabia Demais levar o prêmio eu fico feliz. E o universo também.

Melhor Roteiro Original
O Artista
Missão Madrinha de Casamento
Margin Call - O Dia Antes do Fim
Meia-Noite em Paris
A Separação

Os indicados a esta categoria tiveram seus roteiros escritos especialmente para cinema, sem quaisquer fontes prévias. O Artista merece cada indicação, mas esta de roteiro original é especial, principalmente por ser um roteiro que homenageia a Era Dourada do cinema americano, e ao mesmo tempo mantém um frescor, uma sensação de que se vê um filme novo, com uma proposta nova e atraente. Margin Call recebe  sua única indicação, mesmo sendo o melhor filme já feito sobre a crise financeira americana de 2008.
Palpite: arrisco considerar Margin Call o favorito para a premiação, mesmo com a forte concorrência de O Artista.
Se este fosse um mundo justo o roteiro fantástico de Rango estaria incluído na lista.

Melhor Animação
Um Gato em Paris
Chico e Rita
Kung Fu Panda 2
Gato de Botas
Rango

'Rango' merece a vitória
A presença de dois filmes europeus na lsita é notável. Alguns patriotas de plantão podem reclamar da ausência de Rio, mas o filme de Carlos Saldanha não traz profundidade dramática suficiente para participar da categoria.
Palpite: além de ser um dos melhores filmes do ano passado, Kung Fu Panda 2 soube acrescentar elementos relevantes à mitologia da franquia e ainda fez muito marmanjo chorar. Mas minha torcida está logo abaixo.
Se este fosse um mundo justo certamente a vitória não escaparia de Rango. O filme de Gore Verbinski (Piratas do Caribe) é o que há de mais original e diferente nas animações lançadas em 2011. Além disso, uma indicação cairia muito bem ao ótimo filme dos Estúdios Aardman, Operação Presente. Mas, por ter passado batido nas bilheterias americanas, o filme não teria nenhuma chance.

Falamos das principais categorias, agora é só fazer suas apostas e aguardar o dia 26/02! 

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Guia para o Oscar 2012 - Parte 1

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Acontece todo ano: saem as indicações para o Oscar, e logo os cinéfilos começam a discutir as ausências da lista e as presenças desnecessárias. Este ano, entretanto, as discussões são ainda mais apaixonadas, principalmente por ausências muito sentidas (Drive não estar na lista é um crime). Nesta série de postagens pretendo expor minhas opiniões e palpites a respeito dos indicados em todas as categorias, como fiz ano passado. Nesta parte 1, falaremos das quatro principais categorias, as mais aguardadas da noite.

Melhor Filme:
Tão Forte e Tão Perto
O Homem que Mudou o Jogo

'O Artista' deve ser o grande vencedor do Oscar 2012
A presença de Tão Forte e Tão Perto e Cavalo de Guerra nesta lista é tão estranha quanto a ausência de Drive e 50%. O primeiro filme, com Tom Hanks e Sandra Bullock e dirigido por Stephen Daldry (Billy Eliott e As Horas), foi recebido com frieza absoluta pela maioria dos críticos e o público simplesmente não abraçou a história, um drama que tem como pano de fundo o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em 2001. Já o filme de Spielberg conquistou uma parcela do público, mas a necessidade de indicar o "filme de Oscar" do cineasta mostrou-se quase forçada, ainda mais pelo fato de Spielberg também ter lançado As Aventuras de Tintim, aventura infinitamente superior ao filme de guerra, mas sem apelo junto aos membros da Academia.
Palpite: diferente de 2011, em que a vitória de O Discurso do Rei era aposta fácil, fica um tanto difícil apostar todas as fichas em um único filme este ano; mesmo com O Artista saindo na frente pelas vitórias em várias premiações pré-Oscar, é possível acreditar que a balança deve pesar entre o filme mudo francês e outras produções com boas chances, como Histórias Cruzadas e A Invenção de Hugo Cabret. Mas ainda meu palpite é a vitória de O Artista.
Se este fosse um mundo justo a vitória ficaria com o excepcional Drive, que sequer foi indicado. Também ficaram de fora As Aventuras de Tintim, Shame e J. Edgar.

Melhor Diretor:
Woody Allen por Meia-Noite em Paris
Michel Hazanavicius por O Artista
Terrence Malick por A Árvore da Vida
Alexander Payne por Os Descendentes
Martin Scorsese por A Invenção de Hugo Cabret


Michel Hazanavicius
É difícil entender a lógica por trás das regras da Academia, ao indicar nove filmes na categoria Melhor Filme, mas apenas cinco diretores em sua categoria. Mesmo com o prêmio de Melhor Filme indo para os produtores, é inegável o papel primordial exercido pela direção na construção de um filme digno de uma indicação. Nada mais compreensível do que ter mais indicados ao prêmio de Melhor Direção, ou menos indicados a Melhor Filme. Entretanto, temos cinco indicados que merecem sua nominações. E é bom não ter os "menos merecedores" nesta lista, como Spielberg (por Cavalo de Guerra) e Daldry (por Tão Forte e Tão Perto).
Palpite: seguindo a tendência das últimas premiações, é fácil apostar na vitória de Michel Hazanavicius; o cineasta responsável por comédias-pastelão francesas sem nenhuma relevância na história do cinema realizou um filme belo e delicado, um verdadeiro tributo à sétima arte.
Se este fosse um mundo justo a estatueta não estaria em melhores mãos que as de Martin Scorsese, que só ganhou um prêmio de direção por Os Infiltrados. Seu A Invenção de Hugo Cabret é simplesmente sublime.

Melhor Ator:
Demián Bichir por Uma Vida Melhor
George Clooney por Os Descendentes
Jean Dujardin por O Artista
Gary Oldman por O Espião que Sabia Demais
Brad Pitt por O Homem Que Mudou o Jogo


George Clooney merece mais um Oscar
Palpite: a vitória de Jean Dujardin nesta categoria é tida como inevitável, mas George Clooney e Gary Oldman podem virar o jogo aos 45 minutos do segundo tempo. Seus papéis em Os Descendentes e O Espião que Sabia Demais, respectivamente, são executados com precisão absoluta e o prêmio seria merecido. Brad Pitt corre por fora e Demián Bichir pode comemorar a indicação, pois é mais do que ele poderia imaginar.
Se este fosse um mundo justo Ryan Gosling não poderia ter ficado de fora dessa lista. Seu motorista sem nome de Drive é daqueles personagens que marcam um ator por toda sua carreira, como foi Travis Bickle (Taxi Driver) para Robert de Niro. Outras ausências imperdoáveis são Leonardo di Caprio (J. Edgar) e Michael Fassbender (Shame).

Melhor Atriz:
Glenn Close por Albert Nobbs
A vitória de Meryl Streep é uma barbada
Viola Davis por Histórias Cruzadas
Rooney Mara por Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Michelle Williams por Sete Dias com Marylin


Palpite: é impossível não apostar todas as fichas na premiação de Meryl Streep - seria sua terceira vitória em 18 (!) indicações. Sua Margaret Thatcher em A Dama de Ferro monopoliza todas as atenções no filme e é a única coisa que o torna apreciável e menos entediante. Mas Viola Davis venceu o Critics' Choice Awards, e os membros da Academia podem considerar que Streep já ganhou o bastante; talvez seja a hora de uma nova diva do cinema surgir, e Viola Davis pode ser essa diva.
Se este fosse um mundo justo Viola Davis levaria a estatueta para casa. Sua Aibileen tem todos os elementos para uma personagem inesquecível: tem dor, delicadeza e um olhar que não deixa nenhum espectador imune. Merece ganhar.

Na parte 2, falaremos sobre Ator e Atriz Coadjuvante, os prêmios de Roteiro e Animação. Esteja de volta no dia 20/02!

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Os Descendentes

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Novo filme de Alexander Payne depois de 7 anos é obra melancólica e bela

A última vez que vimos um filme de Alexander Payne foi em 2004, quando o diretor lançou Sideways - Entre Umas e Outras, comédia etílica sobre homens abraçando a maturidade. De lá para cá o diretor dirigiu o piloto da série da HBO Hung e participou de Paris, Te Amo, uma coletânea de curtas sobre a Cidade-Luz. A espera valeu a pena. Com Os Descendentes, Payne revela um lado do Havaí praticamente desconhecido do grande público, a vida cotidiana das pessoas que vivem por lá e têm laços ancestrais com o belo arquipélago do Pacífico. E sim, todo mundo por lá usa as tais camisas havaianas, com estampas floridas e coloridas!
O sucesso do filme, porém, não poderia ser explicado apenas por seu diretor. A presença de George Clooney como protagonista só colabora para que Os Descendentes seja ainda mais obrigatório na lista dos filmes para ver este ano. E a atuação do galã aproxima-se da perfeição. Clooney é Matt King, advogado e um dos herdeiros de uma enorme faixa de terra litorânea do arquipélago. Ele é descendente de uma princesa havaiana que se casou com um missionário do continente, e sua vida anda conturbada, por duas razões: a primeira (e mais importante para o roteiro) é o fato de sua esposa estar em coma depois de um acidente de barco; a segunda é a iminente venda da terra de sua família, que irá alterar toda a rotina da ilha, com a construção de resorts de luxo e bairros residenciais de alto padrão no solo virgem que ele herdou.
Com o coma da esposa, Matt precisa aprender a lidar com suas duas filhas, Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley, iluminada), que sempre viveram à sombra da mãe e não tinham muita atenção do pai ausente. O desafio que Matt enfrente para se reaproximar das filhas é o centro da história, mas o roteiro também abre espaço para discussões sobre o apego às tradições e a efemeridade da vida.
Lindamente filmado pelo diretor de fotografia Phedon Papamichael, as paisagens do Havaí estão no filme, mas não permitem que a produção se resuma a um lindo cartão postal; na verdade, diante da realidade de hospitais e tensas reuniões familiares, o cenário paradisíaco assume um certo ar melancólico, triste até. A trilha sonora, inteiramente composta de canções havaianas, tem a função de conectar o público com a intensa ligação que o povo do arquipélago tem para com sua terra e suas raízes.
Indicado a cinco Oscar (incluindo Melhor Filme e Ator para George Clooney), Os Descendentes não deve levar muitos prêmios da Academia - a concorrência com O Artista é grande e difícil - mas certamente o filme de Alexander Payne não passará despercebido do coração do público.

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O Artista

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Comédia dramática é belo tributo ao cinema

Quando a festa de entrega do 69º Globo de Ouro terminou, um certo filme francês mudo e preto e branco havia sido consagrado com três prêmios, Melhor Ator (Jean Dujardin), Melhor Trilha Sonora (Ludovic Bource) e Melhor Filme Musical ou Comédia. Não chegava a ser uma surpresa para quem já vinha acompanhando a carreira vitoriosa que O Artista vinha fazendo durante todo o ano de 2011, desde que o filme chamou a atenção no Festival de Cannes e arrebatou o prêmio de melhor ator. Desde então, já foram 42 prêmios recebidos em festivais em todo o mundo. Por onde quer que O Artista passa, plateias têm aplaudido e júris têm recompensado o filme.
Tanto reconhecimento é extremamente merecido, porque de fato o filme do diretor Michel Hazanavicius é uma linha homenagem à arte do cinema, que em seus primórdios não contava com o som para contar suas histórias. E é no fim da era do cinema mudo que o filme tem sua trama desenvolvida: Jean Dujardin é George Valentin, um astro dos filmes silenciosos de Hollywood, que ao lado de seu cãozinho muito bem treinado desfruta de todas as vantagens que a fama traz. O personagem é uma clara referência a Errol Flynn, astro da década de 1920 que ficou famoso com suas aventuras de capa e espada. Valentin tem uma vida de sucesso em sua carreira, mas seu casamento mantém-se tão silencioso quanto seus filmes.
A trama acompanha o momento em que o cinema abraça o advento dos filmes falados e Valentin se vê um astro obsoleto, esquecido pelo público, enquanto presencia a ascensão de Peppy Miller (Bérenice Bejo), uma jovem estrela que em seu início de carreira teve uma ajuda do próprio Valentin para conseguir seu primeiro trabalho.
Melancólico em vários momentos, divertido em outros e nostálgico em toda sua duração, O Artista utiliza a trilha sonora de modo extraordinário; por ser mudo, o filme tem na música sua base de apoio indispensável, pois é a trilha que expressa a alegria, a tristeza e todos os demais sentimentos dos personagens.
A homenagem prestada pelo filme é percebida na própria trama, que emula clássicos como Cantando na Chuva e Aconteceu Naquela Noite, especialmente por mostrar Peppy Miller como estrela de comédias românticas, feitas aos montes para aliviar o humor do público, em um tempo de grave crise econômica.
Oriundo de comédias pastelão francesas, o diretor Michel Hazanavicius utiliza sua própria experiência com o cinema de escape para criar uma comédia dramática de modo brilhante. Tão brilhante, que muitos apostam que a carreira vitoriosa de O Artista só irá se encerrar quando o filme for premiado com uma certa estatueta dourada.

Em tempo: O Artista estreia no Brasil em 10 de fevereiro.

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Quentin Tarantino elege seus filmes favoritos de 2011

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O site The Quentin Tarantino Archives divulgou a lista dos melhores filmes de 2011 segundo o diretor do neoclássico Pulp Fiction. A lista guarda algumas surpresas, com nomes no mínimo discutíveis. Os Três Mosqueteiros, por exemplo, aparece na lista (!). Porém, devido à conhecida cinefilia do cineasta, chega a ser compreensível que Tarantino escolha determinados filmes em detrimento de outros considerados melhores pela crítica especializada. O diretor não escolhe como um crítico, um jornalista; ele escolhe seus filmes simplesmente como um cara que é apaixonado por cinema. Mesmo assim, a lista mostra que Tarantino não é assim tão fã de cinema oriental e afins, pois não há nenhuma menção a filmes asiáticos. Isso sem falar no choque de ver O Artista e Maluco Beleza (comédia com Paul Rudd) empatados no décimo lugar! Veja a lista e tire suas próprias conclusões.

Top 11

1. Meia-Noite em Paris, de Woody Allen
2. Planeta dos Macacos: A Origem, de Rupert Wyatt
3. O Homem que Mudou o Jogo, de Bennett Miller
4. A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar
5. X-Men: Primeira Classe, de Matthew Vaughn
6. Jovens Adultos, de Jason Reitman
7. Ataque ao Prédio, de Joe Cornish
8. Red State, de Kevin Smith
9. Guerreiro, de Gavin O'Connor
10. O Artista, de Michel Hazanavicius / Maluco Beleza, de Jesse Peretz
11. Os Três Mosqueteiros, de Paul W. S. Anderson

 Outros considerados, em nenhuma ordem em particular

50%
Toda Forma de Amor
A Invenção de Hugo Cabret
A Dama de Ferro
O Deus da Carnificina
Besouro Verde
Lanterna Verde
Capitão América
Os Descendentes
Sete Dias Com Marilyn
Velozes e Furiosos 5
A Árvore da Vida
Se Beber Não Case, Parte 2
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
Um Novo Despertar
Contágio
The Sitter
Cavalo de Guerra

Prêmio Valeu a Tentativa

Drive
Hanna
Fúria Sobre Rodas
Gigantes de Aço

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Cavalo de Guerra

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Novo filme de Spielberg é drama competente

Muito se disse negativamente sobre Cavalo de Guerra, novo drama dirigido por Steven Spielberg. O cineasta, responsável por filmes de fantasia como E.T. - O Extraterrestre e Hook - A Volta do Capitão Gancho, volta e meia aparece dirigindo filmes mais adultos, como sua obra-prima A Lista de Schindler e Amistad. Na maioria das vezes Spielberg teve sucesso com filmes assim, tendo vencido alguns Oscar, mas em outras ocasiões o diretor não foi feliz (veja o caso de Além da Eternidade, de 1989). Este ano, o premiado diretor está em cartaz com dois filmes ao mesmo tempo: além deste, há também a aventura juvenil As Aventuras de Tintim, este sim, elogiadíssimo pela crítica, apesar de quase ignorado pelo público americano.
Este novo Cavalo de Guerra encontra-se no meio-termo; nem pode ser considerado um sucesso absoluto, nem um fracasso. Os críticos malharam o filme, mencionando certo sentimentalismo característico do diretor, uma fotografia piegas e uma trilha sonora exageradamente grandiloquente. Entretanto, o filme mostra-se envolvente e em nenhum momento tenta "obrigar" o espectador a verter lágrimas; ao menos foi o que eu  observei. Baseado no livro infantil homônimo de Michael Morpurgo, publicado em 1982, Spielberg fez de Cavalo de Guerra um conto sobre a última guerra a utilizar animais e espadas em combate. O filme também levanta a reflexão sobre os horrores da guerra, mas nada que outros filmes do mesmo diretor não tenham já mostrado.
O filme conta a história de Joey, um cavalo arredio que é comprado em um leilão por um fazendeiro, acreditando poder treiná-lo para trabalhar no arado. Quem logo se afeiçoa a Joey é Albert (Jeremy Irvine, que estará este ano em uma nova versão para o cinema de Grandes Esperanças), um jovem determinado a fazer com que Joey trabalhe no arado, para ajudar seu pai no trabalho da fazenda. Mas a 1ª Guerra Mundial começa e logo o cavalo é confiscado pelo exército britânico para o combate. A partir daí, Joey passará por desafios cada vez maiores e contará com o cuidado de diversas pessoas em sua jornada em meio a batalhas sangrentas; ele será puxador de canhões para os alemães, cavalo de estimação de uma menininha francesa e sobreviverá a muitas adversidades.
Com um elenco muito interessante - nada de astros capazes de ofuscar o protagonista, que afinal de contas é o cavalo - Cavalo de Guerra conta com Emily Watson (Embriagado de Amor), Benedict Cumberbatch (Sherlock, a série da BBC), Tom Hiddleston (o Loki de Thor) e David Thewlis (o professor Lupin da série Harry Potter), em papeis pequenos, mas de importância na trajetória complicada de Joey.
Uma curiosidade: quatorze cavalos foram usados "interpretando" o protagonista, mas o principal animal utilizado foi o mesmo que já estrelou outro sucesso dentre os filmes "de animal", Seabiscuit - Alma de Herói.
O drama de Spielberg não deve ser vitorioso em uma eventual indicação ao Oscar, mas cumpre seu dever, ao levar ao público um filme inspirador e envolvente, com cenas de batalha bem elaboradas e uma produção de alta qualidade. Em todo caso, não espere que o cineasta mais sentimental de Hollywood tenha mudado seu estilo. Lá estão a fotografia emotiva, a trilha sonora de John Williams, as sequências de tirar o fôlego e a história inspiradora; está tudo lá. Não dá para querer que isso mude. Pelo menos, Spielberg ainda sabe entregar filmes memoráveis.


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Verônica

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Até que ponto você iria para proteger uma criança? Esta é a pergunta feita por Verônica (Brasil, 2008), filme dirigido por Maurício Farias e estrelado por uma excelente Andréa Beltrão. Destoando um pouco da filmografia brasileira, Verônica é um verdadeiro jogo de gato e rato, um filme de perseguição que conta com um suspense crescente e um temor de que tudo dê errado para a protagonista.
A personagem-título é uma professora de uma escola pública carioca instalada próxima a uma favela. Com 20 anos de carreira em sala de aula, ela já não aguenta mais viver a rotina de lidar com crianças, corrigir exercícios e ainda ter a paciência necessária para seu ofício. Até que um dia, um de seus alunos, Leandro (Matheus de Sá), fica na escola por muito tempo esperando sua mãe ir buscá-lo e Verônica decide ajudar a coordenadora da escola, levando-o até sua casa. Chegando lá, ela descobre que os pais do menino foram assassinados, e os criminosos estavam à procura de Leandro, que traz em seu pescoço um pendrive com informações importantes sobre o envolvimento de vários policiais com o tráfico.
A partir daí, Verônica é empurrada para dentro de uma situação que ela não procurava, a obrigação moral (entendida gradualmente, como aconteceu com Dora em Central do Brasil) de proteger Leandro. E o filme cresce à medida que o tempo passa, com o envolvimento maior entre a professora e o menino e o suspense angustiante da plateia, que não imagina como tudo vai terminar.
O ritmo da direção de Maurício Farias é notável, com uma fotografia por vezes granulada, que intensifica ainda mais a sensação de incerteza que a protagonista vive.
O filme pode funcionar como uma crítica mordaz à corrupção policial - essa já meio batida, embora relevante - ou como uma reflexão sobre o ofício do professor, cada vez menos valorizado, não permitindo ao profissional uma vida digna de quem tanto estudou para chegar onde chegou. Apesar disso, Verônica ainda peca por estereotipar em excesso a situação financeira da professora heroína da história. Afinal de contas, o salário de professor é perfeitamente suficiente para que se banque pelo menos um apartamento um pouco melhor do que aquele cubículo em que vive a protagonista. Ainda assim, o filme é um contundente e envolvente filme de perseguição, e cumpre bem o seu papel de "refilmar" (e melhorar muito) o filme de Sidney Lumet, de 1999, Glória - A Mulher: este, sim, muito ruim.

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