Guia para o Oscar 2012 - Parte 1

Marcadores: ,

Acontece todo ano: saem as indicações para o Oscar, e logo os cinéfilos começam a discutir as ausências da lista e as presenças desnecessárias. Este ano, entretanto, as discussões são ainda mais apaixonadas, principalmente por ausências muito sentidas (Drive não estar na lista é um crime). Nesta série de postagens pretendo expor minhas opiniões e palpites a respeito dos indicados em todas as categorias, como fiz ano passado. Nesta parte 1, falaremos das quatro principais categorias, as mais aguardadas da noite.

Melhor Filme:
Tão Forte e Tão Perto
O Homem que Mudou o Jogo

'O Artista' deve ser o grande vencedor do Oscar 2012
A presença de Tão Forte e Tão Perto e Cavalo de Guerra nesta lista é tão estranha quanto a ausência de Drive e 50%. O primeiro filme, com Tom Hanks e Sandra Bullock e dirigido por Stephen Daldry (Billy Eliott e As Horas), foi recebido com frieza absoluta pela maioria dos críticos e o público simplesmente não abraçou a história, um drama que tem como pano de fundo o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em 2001. Já o filme de Spielberg conquistou uma parcela do público, mas a necessidade de indicar o "filme de Oscar" do cineasta mostrou-se quase forçada, ainda mais pelo fato de Spielberg também ter lançado As Aventuras de Tintim, aventura infinitamente superior ao filme de guerra, mas sem apelo junto aos membros da Academia.
Palpite: diferente de 2011, em que a vitória de O Discurso do Rei era aposta fácil, fica um tanto difícil apostar todas as fichas em um único filme este ano; mesmo com O Artista saindo na frente pelas vitórias em várias premiações pré-Oscar, é possível acreditar que a balança deve pesar entre o filme mudo francês e outras produções com boas chances, como Histórias Cruzadas e A Invenção de Hugo Cabret. Mas ainda meu palpite é a vitória de O Artista.
Se este fosse um mundo justo a vitória ficaria com o excepcional Drive, que sequer foi indicado. Também ficaram de fora As Aventuras de Tintim, Shame e J. Edgar.

Melhor Diretor:
Woody Allen por Meia-Noite em Paris
Michel Hazanavicius por O Artista
Terrence Malick por A Árvore da Vida
Alexander Payne por Os Descendentes
Martin Scorsese por A Invenção de Hugo Cabret


Michel Hazanavicius
É difícil entender a lógica por trás das regras da Academia, ao indicar nove filmes na categoria Melhor Filme, mas apenas cinco diretores em sua categoria. Mesmo com o prêmio de Melhor Filme indo para os produtores, é inegável o papel primordial exercido pela direção na construção de um filme digno de uma indicação. Nada mais compreensível do que ter mais indicados ao prêmio de Melhor Direção, ou menos indicados a Melhor Filme. Entretanto, temos cinco indicados que merecem sua nominações. E é bom não ter os "menos merecedores" nesta lista, como Spielberg (por Cavalo de Guerra) e Daldry (por Tão Forte e Tão Perto).
Palpite: seguindo a tendência das últimas premiações, é fácil apostar na vitória de Michel Hazanavicius; o cineasta responsável por comédias-pastelão francesas sem nenhuma relevância na história do cinema realizou um filme belo e delicado, um verdadeiro tributo à sétima arte.
Se este fosse um mundo justo a estatueta não estaria em melhores mãos que as de Martin Scorsese, que só ganhou um prêmio de direção por Os Infiltrados. Seu A Invenção de Hugo Cabret é simplesmente sublime.

Melhor Ator:
Demián Bichir por Uma Vida Melhor
George Clooney por Os Descendentes
Jean Dujardin por O Artista
Gary Oldman por O Espião que Sabia Demais
Brad Pitt por O Homem Que Mudou o Jogo


George Clooney merece mais um Oscar
Palpite: a vitória de Jean Dujardin nesta categoria é tida como inevitável, mas George Clooney e Gary Oldman podem virar o jogo aos 45 minutos do segundo tempo. Seus papéis em Os Descendentes e O Espião que Sabia Demais, respectivamente, são executados com precisão absoluta e o prêmio seria merecido. Brad Pitt corre por fora e Demián Bichir pode comemorar a indicação, pois é mais do que ele poderia imaginar.
Se este fosse um mundo justo Ryan Gosling não poderia ter ficado de fora dessa lista. Seu motorista sem nome de Drive é daqueles personagens que marcam um ator por toda sua carreira, como foi Travis Bickle (Taxi Driver) para Robert de Niro. Outras ausências imperdoáveis são Leonardo di Caprio (J. Edgar) e Michael Fassbender (Shame).

Melhor Atriz:
Glenn Close por Albert Nobbs
A vitória de Meryl Streep é uma barbada
Viola Davis por Histórias Cruzadas
Rooney Mara por Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Michelle Williams por Sete Dias com Marylin


Palpite: é impossível não apostar todas as fichas na premiação de Meryl Streep - seria sua terceira vitória em 18 (!) indicações. Sua Margaret Thatcher em A Dama de Ferro monopoliza todas as atenções no filme e é a única coisa que o torna apreciável e menos entediante. Mas Viola Davis venceu o Critics' Choice Awards, e os membros da Academia podem considerar que Streep já ganhou o bastante; talvez seja a hora de uma nova diva do cinema surgir, e Viola Davis pode ser essa diva.
Se este fosse um mundo justo Viola Davis levaria a estatueta para casa. Sua Aibileen tem todos os elementos para uma personagem inesquecível: tem dor, delicadeza e um olhar que não deixa nenhum espectador imune. Merece ganhar.

Na parte 2, falaremos sobre Ator e Atriz Coadjuvante, os prêmios de Roteiro e Animação. Esteja de volta no dia 20/02!

0 Comente aqui!:

Posts relacionados

Related Posts with Thumbnails